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quinta-feira, 21 de julho de 2016

"O tempo vai chegar"


Aprendo muito com meu amigo, um célebre escritor, o sábio Salomão:

Há tempo de nascer e há tempo de morrer (Ecles 3:2a)

Se há tempo de morrer, então um dia tudo será contado como história que passou e alguém já disse que "seremos lembrados pelos problemas que resolvemos, ou pelos problemas que causamos";

Se há tempo de morrer, porque permanecemos como se fossemos seres eternos na terra; nos ofendemos com pouco  e revidamos com maior peso ?

Se há tempo de morrer, porque não aproveitamos com muita paixão o tempo de viver ?

Se há tempo de morrer, porque fazemos questão de sermos os melhores em tudo?

Se há tempo de morrer, porque não abraçamos mais ?

Se há tempo de morrer, porque não aceitamos o fato de que meus amigos, minha família e até eu mesma vou partir um dia, e quem sabe não teremos tempo de dar um presente, fazer um café, comer pipoca juntos, rir até a barriga doer, ...... porque insistimos em pensar que este tempo nunca vai chegar?

Que não seja preciso a visita em um túmulo para chorar como saída de desabafo da perda;
mas enquanto estamos vivos, no dia que se chama hoje, façamos o melhor, porque "o tempo vai chegar".

Com carinho
Ilma Mota

sexta-feira, 8 de julho de 2016

"O Coração da minha mãe hoje"


Há pouco mais de três anos, minha mãe, começou com um processo da "doença do esquecimento de si mesmo"; e este texto retrata bem ela:

" Sou uma pessoa que está vivendo os primeiros sintomas do Alzheimer; e como alguém assim, estou aprendendo a arte da perda todos os dias. Perdendo minhas ideias, objetos, sono e, o mais importante, minhas memórias. elas se tornaram, de certa forma, meus mais preciosos bens. A noite que conheci meu marido, quando tive meus filhos, fazendo amigos, viajando o mundo. Tudo que eu acumulei na vida, tudo que eu tive que trabalhar duramente para conseguir, agora esta lamentavelmente indo embora. Como vocês podem imaginar, ou como sabem, isto é o inferno. Mas ficará pior, Quem levará a gente a sério quando quisermos trabalhar? Nosso estranho comportamento mudará nossas percepções e as dos outros sobre nós. Nos tornaremos ridículos, incapazes, engraçados. Mas isso não é o que somos. Esta é a nossa doença; E como toda enfermidade tem uma causa, uma evolução, e poderia ter uma cura. Meu maior desejo é que meus filhos e as próximas gerações não tenham que passar pelo que estou passando. Mas ainda estou viva. Sei que estou viva. tenho pessoas que me amam. tenho coisas que ainda quero fazer na vida. Eu luto comigo mesma por não conseguir lembrar as coisas, mas eu ainda tenho momentos de felicidade e alegria. E por favor, não pensem que estou sofrendo. Eu estou lutando para ser parte das coisas, para ser parte das coisas, para estar conectada com quem eu fui. Fico me perguntando se viver o momento é tudo que eu posso fazer. e não tentar ser eu mesmo demais para dominar a arte de perder. Uma das coisas  que vou tentar guardar na memória é o momento de estar falando aqui hoje. Eu vou esquecer, eu sei, e isso pode acontecer amanhã...."

Texto extraído do Filme: Alice, a personagem que com 50 anos está no inicio do processo de Alzheimer...

Hoje minha mãe não sabe quem eu sou, mas eu sei quem ela é: minha mãe, guerreira, exemplo, referencia, serva, mulher de Deus, amiga, intercessora.........


Ilma
 filha da Dona Getúlia